A minha Mané de sempre

Ainda há tempos estava a falar nela. “Por onde anda a minha Mané?”. Mal sabia eu que, dois ou três dias mais tarde a encontraria. Reconhecia-a de costas, estava a fumar. Já era habitual. “Esperem aqui um bocadinho que eu já venho” disse, e fui ter com ela, a correr. Apareci-lhe por trás e soltei um animado olá. Assim que ela me viu abraçou-me. Daqueles abraços cheios de força e saudade. Deu-me muitos beijinhos e voltou a abraçar-me. Já não a vi há talvez dois anos. Porém, ela continuava igual: o mesmo cabelo castanho – louro encaracolado, a mesma figura, magra como sempre, a mesma boa-disposição. Afinal, nada tinha mudado. Era a minha Mané de sempre. “Oh miúda estás tão gira!”. Abracei-a. “Estou tão contente por te ver Mané!”. E nos cinco minutos que estivemos juntas, pusemos a conversa em dia assim à pressa e combinámos uma saída “um dia destes”. “E já sabes, quando chegar a próxima aventura eu aviso-te e vens comigo” disse-me “Talvez Madrid ou assim”. Sorri e quase que apostava que os meus olhos estavam a brilhar. Aventuras, era isso. E boa-disposição. Porque foi com ela que eu passei algumas das melhores férias da minha vida. Abracei-a. “Gostei tanto de te ver, Mané” “E eu a ti Cat, e eu a ti”.

“O destino une e separa pessoas. Mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas que, por algum motivo, um dia nos fizeram feliz”

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