(...) Gostava de ter tido coragem para reagir, mas não, limitei-me a observar-te, a absorver na memória a cor dos teus olhos que já julgava esquecida. Merda. Não sei quem tento enganar, se aos outros dizendo que não penso em ti, se a mim própria. Merda. E tu que podias ter feito algo, qualquer coisa era melhor que aquele olhar que me lançaste, enquanto o carro avançava e eu te via partir.
prefiro não querer as coisas. assim, é muito mais fácil elas acontecerem. porque quanto mais penso nelas, quanto mais as desejo, mais sinto que elas estão longe de se realizarem - por pensar demasiado nelas, por as desejar demais. assim, se elas acontecerem, simplesmente acontecem, se não, bem, também nunca as quis muito, pois não?

penso em como tudo é efémero e nada dura para sempre
fui arrebatada por umas saudades enormes de educação visual (aquela disciplina meio artística que se tem até ao 9º ano, onde ela já vai). dei por mim a vasculhar em gavetas antigas os meus esboços e projectos, ali, todos guardados numa pasta colorida (lembro-me tão bem daquela pasta, provavelmente a mais berrante da escola inteira, e eu sentia-me tão pateta alegre sempre que me passeava com ela pelos corredores). senti um grande desejo de voltar a pegar no lápis e desenhar - ou tentar desenhar, porque fazê-lo bem nunca fui capaz. e de pegar na régua e fazer a esquadria e legenda nas folhas de desenho. e de trabalhar com o compasso e esquadros e sei lá que mais. para dizer a verdade, eu até gostava daquilo, apesar do stress que era, da frustação por não conseguir fazer as coisas à primeira. mas gostava daquilo, sentia-me tão livre, tão eu. todos os materiais ali à minha disposição, à espera que eu lhes desse forma e vida. gostava daquela 'geometria'. e depois olhei para as minhas maquetes sentindo-me a pessoa mais orgulhosa à face da terra. e também a mais estúpida por não ter seguido artes.
Desde a estreia de Alice in Wonderland que não ficava tão ansiosa com um filme. E a parte má foi que, com tamanho desejo em vê-lo, acabei por sair desiludida da sala de cinema. Um ano se passou. Retornei ao cinema, esperando muito de Black Swan, e saí da sala com um nó no coração, perturbada, ainda a pensar no que tinha acabado de ver. Tenho muito para dizer mas não consigo arranjar forma de me expressar. No mínimo, soberbo.
voltei a cair (no mesmo erro).
a comida deliciosa da bella Itália, Florença
Florença, pormenores

(mais do que saudades de florença, tenho saudades de me meter num avião e viajar)
There was a land, which I suppose,
Where everyone had a crooked nose;

And the crooked nose that everyone had
In no manner did make him sad.

But in that land a man was born
Whose nose more straight and clean was worn;

And the men of that land with a public hate
Killed the man whose nose was straight.

 
Alexander Search
agora também por aqui - MUBI
A Mensagem e seus fantasmas
E eu continuo à espera de uma mensagem que nunca chegará.
deixar de falar contigo é deixar de falar com o mundo.
em tudo, é uma questão de focagem
tenho andado com um desejo insaciável de concertos. a música ao vivo, o suor, os braços no ar e a banda ali mesmo à minha frente. quero mika outra vez. e klaxons outra vez. e quero mcfly (é óbvio que quero mcfly, o mais rápido possível, cá ou lá, não interessa). e quero jack johnson (jack, voltaaa). e quero macaquinhos do ártico pela primeira vez (dia 14 de julho temos encontro marcado, sim?). e mgmt pela primeira vez aussi. e já que vem à conversa, quero band of horses já dia 7.
So let the world tear us apart, I found the cure for a broken heart.