Oh, happy halloween

Hoje, às dez da manhã, apareceram à porta de minha casa três criancinhas a fazer doçura ou travessura. Acho que elas ficaram um bocadinho melindradas quando lhes disse que “cá em casa não há nada”. É que eu nem doces para mim tenho, quanto mais para elas…
Se há coisa que me deixa profundamente irritada e maldisposta é, à última da hora, alterarem-me os planos. Ainda para mais se não me avisarem. Aí então entorna-se o caldo. Fico pior que estragada. Fico insuportável. Descarrego em toda a gente e fico com vontade de mandar as pessoas darem uma volta. Estragam-me o dia, basicamente. Avisar, custa assim tanto? Se há planos, se se comprometem com eles, então porque é que, passadas umas horas, desmarcam tudo? Enerva-me. Enerva-me esta gente. Deixam-me fora de mim e dão-me cabo dos nervos. Cada vez há mais pessoas influenciáveis que vão sempre atrás dos outros. Dizem umas coisas e nas costas fazem outras. Agem pela calada, coisa que eu odeio. E depois aparecem com desculpas inventadas à pressão, totalmente ridículas, às quais não há perdão. Não consigo esquecer atitudes destas. Principalmente quando se repetem over and over again. Uma pessoa não é um boneco. Uma pessoa tem limites. E logo eu, que os ultrapasso com muita facilidade. Elas ficam atravessadas e acumulam-se, mas há-de chegar o dia em que uma pessoa já não aguenta mais. Tem mesmo de expulsar cá para fora e dizer tudo aquilo que pensa, sem rodeios e sem palavras bonitas. Porque quando as pessoas fazem merda têm de ouvir com umas bem fortes, para ver se acordam para a vida e percebam o que realmente andam a fazer. Pois bem, esse dia para mim já chegou. Fartei-me. Neste momento já não quero saber de nada. Nada. Nada.

My head is dancing and my write is so confusing

Eu bem tento, mas nem sempre consigo. Às vezes só me apetece fugir, deixar tudo, sem aviso nem autorização. Provar a liberdade e saboreá-la. Tirar partido dela. Às vezes só me apetece chorar, sabem. Eu sou uma fraca, admito. Nem sempre tenho forças para continuar. Vou-me abaixo com facilidade e com as coisas mais estúpidas e insignificantes. Mas vou-me abaixo. Eu desisto, muito facilmente. Não dá gosto a ninguém desafiarem-me. Eu sou uma perdedora. Vivo a vida com a nuvem negra na cabeça. Não há sol para mim. Mas ainda bem, porque o que eu gosto mesmo é de chuva. Por mim podia chover durante todo o dia, todos os dias. Isso só acontece em Londres. Não, até acontece em mais sítios, eu é que tenho uma grande paixão por Londres. Quero voltar a Londres, Londres é a minha cidade. Deveria ter nascido inglesa. De facto, há pessoas que me julgam inglesa. Acho que sou inglesa, nos meus sonhos. Mas até que passo bem por inglesa. Gosto quando me dizem isso. Deixa-me alegre. Deixa-me bem disposta. Deixa-me optimista. E deixa-me com vontade de viver a vida, à minha maneira, like an english girl.

Fuck you, fuck you very, very much


Cause we hate what you do and we hate your whole crew
So please don't stay in touch
Fuck you, fuck you very, very much
Cause your words don't translate and it's getting quite late
So please don't stay in touch

Sou uma freak (que usa laços de plástico na cabeça)














- Devias estar em Artes
- Porquê?
- És toda freak.



AHAHAH. Não me façam mudar de área a esta altura do campeonato, por favor.

O amor é uma falácia

"Eu era frio e lógico, calculista, perspicaz e astuto – era tudo isso – e tinha um cérebro poderoso, preciso e penetrante. Muito diferente de Pettey Bellows: bom fulano, mas do tipo emocional e dado a manias.
Certa tarde, encontrei-o deitado com expressão de sofrimento. O seu problema era mental: queria um blusão de cabedal preto. E porquê? Porque toda a gente os estava a usar e queria andar na moda. Seria capaz de trocar tudo pelo blusão de cabedal preto, até a sua namorada, Polly Spy.
Ora, eu desejava Polly Spy. Entenda-se: embora a moça despertasse emoções, o meu desejo não era emotivo. Eu estudava Direito e em breve iria iniciar-me na profissão. Sabia bem a importância de uma esposa na carreira de um advogado de sucesso, pois estes eram quase sempre casados com mulheres bonitas, graciosas e inteligentes. Polly preenchia quase todos estes requisitos: faltava-lhe apenas um pouco de raciocínio.
Decidi oferecer um blusão a Pettey; ele, depois de alguma luta interior, abdicou de Polly em favor do blusão. Afinal, disse ele, não estava apaixonado pela Polly. Fizemos um acordo, o blusão pela Polly.
Saí com Polly pela primeira vez na noite seguinte. A sua ignorância era aterradora. Não bastava instruí-la. Era preciso, antes de tudo, ensiná-la a pensar. Decidi tentar, ensinando-lhe lógica.
Num segundo encontro, disse a Polly:
- Esta noite vamos conversar sobre lógica.
- Que interessante! – disse ela.
- A lógica é a ciência do pensamento. Se quisermos pensar correctamente, é preciso saber identificar as falácias mais comuns. Vamos examinar a falácia da generalização apressada. Ouve com atenção: tu não sabes falar francês, eu não sei falar francês, Pettey não sabe falar francês. Posso concluir que ninguém na universidade sabe falar francês?
– Ninguém? - espantou-se Polly.
- É uma falácia, Polly. A generalização é feita apressadamente. Não há exemplos suficientes para justificar a conclusão.
Na noite seguinte, disse a Polly:
- A primeira falácia desta noite chama-se ad misericordiam. Ouve com atenção: um homem vai pedir emprego. Quando o patrão pergunta quais as suas qualificações, o homem responde que tem uma mulher e dois filhos em casa, que a mulher está doente, as crianças não tem o que comer, nem o que vestir e calçar, a casa não tem camas, não há lenha na arrecadação e aproxima-se o Inverno.
Uma lágrima desceu por cada uma das faces rosadas de Polly.
- Isso é horrível, horrível! – soluçou.
- É horrível – concordei – mas não é um argumento. O homem, em vez de apresentar as suas qualificações, tentou despertar a compaixão do patrão. Cometeu a falácia de ad misericordiam. Compreendes? Agora discutiremos a falsa analogia. Eis um exemplo: deviam permitir aos estudantes consultar os livros durante os exames. Afinal, os cirurgiões levam as radiografias para as operações, os advogados consultam códigos durante um julgamento, os construtores usam plantas que os orientam na construção de uma casa. Porque não deixar que os alunos consultem livros durante uma prova?
- Aí está uma ideia muito interessante! – disse ela.
- Polly – respondi impaciente – o argumento é falacioso. Os cirurgiões, os advogados e os construtores não estão a fazer um teste para ver o que aprenderam, mas os estudantes sim. As situações são completamente diferentes e não se pode fazer analogia entre elas. A próxima falácia é chamada de ad hominem.
- Que giro! – deliciou-se Polly.
- Dois homens vão começar um debate. Um levanta-se e diz: “O meu oponente é um mentiroso conhecido. Não é possível acreditar numa só apalavra do que ele disser”. Agora, Polly, pensa bem, o que está errado?
Vi-a enrugar a testa, concentrando-se. De repente, um brilho de inteligência – o primeiro – surgiu-lhe nos olhos.
- Não é justo! – disse ela indignada – Não é justo. O primeiro envenenou o ambiente antes que o outro pudesse falar. Atou as mãos do adversário antes da luta começar…
- Polly, estou orgulhoso de ti.
- Ora – murmurou ela, ruborizando de prazer.
Decidi comunicar-lhe os meus sentimentos. Levara cinco noites de trabalho forçado, mas valera a pena. Eu transformara Polly. Fizera dela uma mulher digna de mim. Está apta a ser minha esposa, uma anfitriã perfeita para as minhas muitas mansões. Uma mãe adequada para os meus filhos privilegiados.
- Polly, hoje não falaremos de falácias.
Ela ficou desapontada.
- Minha querida, hoje é a sexta noite que estamos juntos. Demo-nos muito bem. Não há dúvidas de que formamos um bom par.
- Generalização apressada – exclamou, alegremente.
- Perdão? – disse eu.
- Generalização apressada – confirmou – Como podes dizer que formamos um bom par baseado em apenas cinco encontros?
Dei uma risada, contente. Ela aprendera bem as lições.
- Minha querida – disse eu – cinco encontros são o bastante. Afinal, não é preciso comer um bolo inteiro para saber se ele é bom ou não.
- Falsa Analogia – disse Polly prontamente – eu não sou um bolo, sou uma pessoa.
Dei outra risada, já não tão contente. Talvez ela tivesse aprendido a lição bem demais. Resolvi mudar de táctica, pois o indicado era uma declaração de amor simples, directa e convincente. Fiz uma pausa, enquanto o meu potente cérebro seleccionava as palavras adequadas. Depois reiniciei.
- Polly, amo-te. És tudo no mundo para mim, a lua, as estrelas e as constelações no firmamento. For favor, minha querida, aceita ser minha namorada senão a minha vida não terá mais sentido. Enfraquecerei, recusarei comida, vagarei pelo mundo aos tropeções, um fantasma de olhos vazios. Pronto, pensei; está encerrado o assunto.
- Ad misericordiam – disse Polly.
Cerrei os dentes, lutando contra o pânico que me invadia.
- Bem, Polly – disse, forçando um sorriso – não há dúvida que aprendeste bem as falácias.
- Aprendi mesmo – respondeu ela.
- Então, responde agora: vais ou não namorar comigo?
- Não – respondeu ela.
- Porque não?
- Porque hoje à tarde prometi a Pettey que continuaria a ser namorada dele.
Quase caí para trás, fulminado por aquela infâmia. Depois de prometer, depois de fecharmos negócio!
- Aquele rato! – gritei – Tu não podes namorar com ele, Polly. É um mentiroso, um traidor, um rato.
- Ad hominem – disse Polly – E pára de gritar. Acho que gritar também deve ser uma falácia.
- Muito bem – disse, tentando manter a calma – Já que és uma especialista em lógica, vamos olhar as coisas logicamente. Como pode preferir Pettey Bellows? Olha para mim: um aluno brilhante, um intelectual formidável, um homem com futuro assegurado. E vê Pettey: um maluco, um estouvado, um fulano que nunca saberá se vai comer no dia seguinte. Podes dar-me uma única razão lógica para namorar Pettey Bellows?
- Posso sim – declarou Polly – Ele tem um blusão de cabedal preto."

M. Sulman

Ella Enchanted

Lembro-me que gostei tanto deste filme da primeira vez que o vi. Ainda eu acreditava em príncipes encantados.

Meio ano de blogue é razão para comemorar?

Dia 13 (treze), o meu blogue (este meu espacinho que visitam todos os dias - ou não) fez meio ano (seis meses) de existência (aproximadamente cento e oitenta dias). Acham que é razão para comemorar? Digam-me a verdade. É porque tenho receio de dar importância a ninharias como estas (apesar de achar que é suficientemente importante para merecer um post).

Madrid, best moments II

E já fez um mês que vi os british guys ao vivo. O tempo passa literalmente a voar. Ainda parece que foi ontem que estava a fazer os possíveis e os impossíveis para ir. Ainda parece que foi ontem que apanhei o avião para os ver. Ainda parece que foi ontem que estava a cantar a plenos pulmões todas as músicas; a dançar; a saltar; a tirar imensas fotos; a vê-los ali, mesmo à minha frente. Belisquem-me. Ainda parece que foi ontem que concretizei o meu desejo desde à dois anos atrás. Digam-me que não foi um sonho.


"Não, não foi um sonho"

McFly European Tour - Palacio Vistalegre, Madrid

12 Setembro 09


Isto quando começa a chover é uma alegria. Porque depois da chuva vem a vontade de comer castanhas, daquelas que se vendem na rua e que, de tão quentes, até queimam as mãos. Quando damos por nós já estamos em Novembro, já passou o São Martinho, e preparamo-nos para receber Dezembro de braços abertos e com uma caneca de chocolate quente na mão. É a época natalícia e tudo o que a rodeia. Não falo da comida deliciosa, mas sim dos filmes e das canções de Natal, nomeadamente o “Love Actually” e a “All I Want For Christmas Is You”, um filme e uma música que faço questão de ouvir. É que, se há coisa que adoro, é a altura das chuvas. Significa que o Inverno está a chegar; que o Natal está a chegar; que as tardes a fazer bolachinhas em forma de estrelas e bonecos de neve estão a chegar; que os dias passados em casa a ver os filmes da Disney e a ouvir a chuva a cair, enquanto estou enrolada numa mantinha quente e vestida com o meu pijama e as minhas meias mais pirosas estão a chegar; que a publicidade aos milhentos bonecos para os pequenos está a chegar. Até disso gosto, vejam bem! Nisto, sou pior que as crianças, podem ter a certeza. Simplesmente não consigo resistir ao Inverno, não consigo. É por isso que fico sempre tão bem disposta quando caem as primeiras chuvas.

Rainny days

Que saudades que eu já tinha destes dias calminhos, a ouvir a chuva a cair e os carros a passar por cima das poças de água. Finalmente o Outono chegou e os casacos quentinhos, as botas, os cachecóis, as luvas, os gorros, os collants e as golas altas vão poder sair à rua. Já não era sem tempo. Rainny days, I love it.

"Não te prives de comer doces. Para amarga já basta a vida."