Disseram-me uma vez que eu devia pensar menos no futuro e mais no presente. Deixar as coisas fluir, ver como correm. E não ter medo do tempo. Isto fez-me pensar em como muitas vezes sou ridícula. Sou ridícula porque gosto de planear tudo ao pormenor, ter sempre um caminho definido, saber o que quero e o que não quero. E entretanto dei-me conta que nunca, nem por uma vez só, me deixei levar. Nunca saí da minha zona de conforto, nunca tomei uma decisão importante fora do meu percurso planeado. Perco demasiado tempo a pensar nas decisões mais acertadas que nem me dou conta que talvez a decisão mais acertada é mesmo não tomar decisões. Eu tenho medo do tempo, confesso, do passar do tempo. Assusta-me. Assusta-me quando tomo decisões erradas e depois não tenho coragem, ou sei lá eu o que é, para voltar atrás e desfazer o que fiz e recomeçar de novo. E porquê? Porque não gosto de encarar a realidade e saber que foi tempo perdido. E eu sei, nunca é tempo perdido quando ainda vamos a tempo de mudar, mas mesmo assim, foi um tempo falhado.  E por mais que me digam que a vida raramente é como a planemaos, eu não mudo, não consigo mudar. Gostava de gerir a minha vida não tendo em conta o tempo, mas se assim fosse, não seria eu mais uma perdida no mundo?

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