Dezanove Minutos


Este era um daqueles livros que fazia parte da mobília do quarto há já algum tempinho. Acho que o comprei (melhor, compraram-mo) há um ano - por volta disso. Foi a capa que me despertou a atenção, seguida do resumo e das críticas. Até há um mês atrás que ficou na minha estante, sem lhe tocar. Porque estava a ler outros livros e porque em determinadas alturas não me apetecia entregar a uma leitura como esta. Bem, foi o meu maior erro. Assim que li a primeira página interroguei-me como é que consegui resistir tanto tempo sem o ler. A história prendeu-me desde o primeiro parágrafo. Esta é intercalada por acções do passado e do presente. E no final, quando julgamos que já sabemos tudo, descobrimos que há ainda coisas por desvendar. Foi o primeiro livro que li da Jodi Picoult, mas com certeza não será o último. E o próximo que comprar não vai ganhar tanto pó como este. Vai ser lido logo que chegar a casa. Nem vai para a estante, não. Livros como estes não merecem estar tanto tempo sem receberem a devida atenção.

“Acho que a vida de uma pessoa deve ser como um DVD. Podemos ver a versão que toda a gente vê, ou podemos escolher ver a versão editada pelo realizador – a forma como ele desejava que a víssemos, antes de tudo o resto se ter metido no caminho.
Provavelmente há menus, para podermos começar nas partes melhores sem ter de reviver as piores. Podemos quantificar a nossa vida através do número de cenas a que sobrevivemos, ou através dos minutos em que ficamos lá presos.
No entanto, a nossa vida provavelmente assemelha-se mais a um daqueles aborrecidos vídeos de vigilância. Pouco nítido, por muito que o observemos com atenção. E circular: a mesma coisa, vezes sem conta.”

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