Na minha opinião, nós vivemos para trabalhar: quando somos novos aprendemos como vamos aprender a trabalhar, depois aprendemos a trabalhar e, por fim, trabalhamos. Pronto, isto é uma vida.

Marta

Um mês de blogue

Que venha mais um, dois até. Que venham seis, doze, vinte e quatro. Venha o que vier, este blogue vai ficar na minha memória - afinal de contas é o meu primeiro blogue, e os primeiros são sempre especiais.
Às vezes consigo ser estúpida ao ponto de acreditar que simples acontecimentos foram muito mais que isso, muito mais que simples. Chego mesmo a acreditar que estes foram especiais, únicos, inesquecíveis e todas essas coisas bonitas que andam por aqui e que nos levam a crer que algo de bom se aproxima. É nessas alturas em que crio ilusões, em que penso que a partir daqui já nada pode correr mal, porque até agora sempre tudo correu do melhor. É nessas alturas em que começo a levantar os pés da terra e voo. As ilusões levam-me para sítios desconhecidos, para um mundo imaginário totalmente diferente do real. Não penso em mais nada senão nesses momentos, perguntando se haverá algum que se igualará aquele que eu vivi há bem pouco tempo atrás. Mas como nada dura para sempre… Sem eu dar conta as asas tornaram-se cada vez mais fracas e já não conseguia voar. Senti um leve abanão no ombro, chamaram por mim. Abri os olhos e olhei em redor. O óbvio estava mesmo à frente do meu nariz, eu é que teimava que aquilo não podia ser verdade. Então desci à terra, voltei a assentar os pés no chão e tudo começou a fazer sentido. Afinal aquele voo a um mundo imaginário não passou de uma simples ilusão. E estúpida fui eu em ter acreditado que era muito mais do que isso, estúpida fui eu em ter acreditado em ti.

Ela falou mais alto

Hoje deixei a preguiça tomar conta de mim. A ideia de ficar na cama era muito mais tentadora do que sair para a rua e apanhar aquela chuvada toda logo de manhã. Não tinha vontade de me vestir à prova de água, não iria ter paciência para os jeitos que o cabelo iria tomar assim que pusesse o pé fora de casa. Por isso o meu primeiro pensamento assim que me levantei foi “O meu lugar hoje é na cama”. E foi mesmo. Às vezes sabe mesmo muito bem ficar na caminha enquanto todos os outros estão já fora de casa, a aguentar com o temporal lá de fora. É só depois ter tempo de voltar a puxar o lençol até à cabeça, ajeitar a almofada e voltar a adormecer. Que bom.
Não há espírito de Sexta-feira, não sei onde é que ele anda. Hoje tudo correu com normalidade, não houve festa de boas-vindas ao fim de semana, não houve um suspiro de alívio por o sábado e o domingo estarem a chegar. Curiosamente, passei a gostar mais das sextas-feiras, passei a vê-las de outra forma, não como um momento de descanso pelo trabalho de toda a semana, mas sim como um dia em que parece acontecer sempre algo de novo, sempre alguma coisa a surpreender-me. Hoje não foi excepção.
Ontem foi muita rambóia. Hoje só me apetece enfiar-me debaixo de uns cobertores e dormir até domingo de manhã.